Soja

Depois de um pregão de certa volatilidade e marcado ainda pelo reflexo da inflação persistente nos EUA, a soja oscilou cerca de 35 centavos entre máximas e mínimas e encerrou o dia com perdas relevantes na bolsa de Chicago. Alguns economistas defendem que a taxa e juros precisa ir acima da inflação para que haja um controle efetivo desta, e como o índice dos EUA tem se mantido acima dos 8% na base anual, em teoria haveria a necessidade de se elevar em muito ainda a taxa de juros por lá, atualmente entre 2,25% e 2,50% ao ano. Antes da divulgação do índice ontem o mercado trabalhava com uma expectativa de aumento de 0,75%, talvez 0,50%, mas agora já se cogita que o FED possa elevar a taxa em até 1% na próxima semana. O resultado disso sobre a economia norte americana e mundial pode ser muito pior do que se imagina, e este temor de uma recessão mais intensa afugenta os investidores.
Além de toda essa questão econômica que afeta o humor do mercado financeiro, as previsões climáticas de hoje continuaram mostrando melhores chances de chuvas para o Centro Sul do Brasil, incluindo parte da região central do país, amenizando, pelo menos por enquanto, a possibilidade de algum atraso mais significativo no plantio da soja por aqui. Como se não bastasse, na volta do fim de semana prolongado a China retomou as compras de soja da Argentina, com cerca de 10 cargos negociados para embarque set-out na faixa de +327-328 sobre o X Custo + Frete, muito abaixo das ofertas de EUA (entre +380 e +410 C+F) e do Brasil (entre +350 e +380 C+F). No mercado doméstico nada de novidades por hoje.

Milho

O milho também demonstrou fraqueza e encerrou o pregão desta quarta-feira com perdas relevantes na bolsa de Chicago. Além da questão econômica já comentada na soja, a possibilidade de uma greve no setor de transporte ferroviário dos EUA a partir de sexta também pressiona as cotações dos grãos, pois as ferrovias norte americanas transportam cerca de 33% dos produtos agrícolas que vão até os portos do país para serem exportados, ainda mais agora que a colheita já está em andamento por lá. Diante disso, no fecha- mento o contrato de dezembro do milho caía 10,50 centavos.

Trigo

O trigo mais uma vez destoou dos demais grãos aqui citados e encerrou o pregão desta quarta feira com ganhos relevantes nas bolsas dos EUA. O clima continua no centro das atenções dos investidores, pois ainda que exista o temor de recuo na demanda global por conta da recessão econômica que se avizinha, a preocupação com o clima nos EUA e na Argentina é ainda maior, por isso os investidores enxergam a possibilidade de algum tipo de ganho e compram posições. No fechamento o dezembro subia 11,75 centavos na CBOT e 13,25 em Kansas City.
