A semana iniciou “daquele jeito”, com o mercado financeiro demonstrando grande aversão ao risco diante de alguns acontecimentos vindos do outro lado do mundo, mais especificamente da China. O atual Secretário Geral do Partido Comunista do país, também conhecido como Presidente Xi Jinping, conseguiu aprovar seu terceiro mandato, o que não foi muito bem visto pelo mercado financeiro.
A troca de quatro dos sete membros permanentes do comitê foi o principal motivo da aversão ao risco,
pois estes são vistos como mais preocupados com questões ideológicas e políticas do que com a
economia. Além disso, o crescimento econômico chinês tem patinado ultimamente, gerando a
impressão de que a demanda, inclusive por soja, tende a crescer menos do que se imaginava. A
previsão de boas chuvas para a América do Sul nos próximos 15 dias também pesou, por isso o grão
caiu 23,50 centavos no novembro.
O milho também foi afetado pelo dia ruim no mercado financeiro e encerrou o pregão desta
segunda-feira com perdas leves na bolsa de Chicago. Praticamente todos os fatores citados na soja
servem para explicar as quedas do cereal, ainda que estas tenham sido bem mais modestas, pois as
previsões de enfraquecimento da economia global e de melhora do cenário climático na América do Sul
acabam afetando diretamente as cotações dos grãos. Diante disso, no fechamento o contrato de
dezembro do milho caía 2,75 centavos.
O trigo foi um dos grãos mais afetados pelo cenário pessimista do mercado financeiro e encerrou o pregão desta segunda-feira com perdas relevantes nas bolsas dos EUA. Além de todos os fatores já
citados anteriormente, a questão da continuidade ou não do corredor de exportação da Ucrânia, cujo
acordo inicial se encerra dia 19 de novembro, também afeta diretamente o humor dos investidores. O
clima ao redor do mundo não é dos melhores, mas nem isso foi suficiente para evitar as quedas relevantes de hoje. O dezembro caiu 12,00 centavos na CBOT e 10,25 em Kansas City.
